Estudo relaciona consumo de ultraprocessados a sintomas precoces de Parkinson

Um estudo recente publicado na revista científica Neurology revelou uma associação significativa entre o consumo elevado de alimentos ultraprocessados (AUPs) e o aparecimento de sintomas precoces da doença de Parkinson. A pesquisa, liderada pelo Dr. Xiang Gao, da Universidade Fudan, acompanhou cerca de 43.000 adultos por até 26 anos, analisando seus hábitos alimentares e a incidência de sinais iniciais da doença.

Os participantes foram divididos em grupos com base na quantidade diária de AUPs consumidos. Aqueles que ingeriam 11 ou mais porções diárias apresentaram uma probabilidade 2,5 vezes maior de manifestar três ou mais sintomas precoces de Parkinson — como distúrbios do sono REM, depressão, perda do olfato e sonolência diurna excessiva — em comparação com os que consumiam menos de três porções por dia.

“Nossa pesquisa mostra que comer muitos alimentos processados, como refrigerantes açucarados e lanches embalados, pode acelerar os sinais iniciais da doença de Parkinson”, afirmou o Dr. Gao.

Especialistas alertam que, embora o estudo estabeleça uma associação, não comprova uma relação causal direta entre o consumo de AUPs e o desenvolvimento da doença. “Os achados são interessantes e baseados em pesquisa sólida, mas é importante destacar que os sintomas examinados são possíveis sinais iniciais de Parkinson, não indicadores definitivos de que alguém desenvolverá a doença”, observou a Dra. Katherine Fletcher, da Parkinson’s UK.

A pesquisa também destaca que os AUPs frequentemente contêm altos níveis de açúcares refinados, gorduras trans, aditivos e conservantes, componentes associados à inflamação sistêmica e ao estresse oxidativo — fatores que podem contribuir para a degeneração de neurônios dopaminérgicos, característicos do Parkinson.

Diante desses resultados, especialistas recomendam uma dieta rica em alimentos integrais e minimamente processados, como frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, como estratégia para manter a saúde neurológica e possivelmente reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.

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